Brasão
de Juiz de Fora

O escudo português é predominante na Heráldica
(ciência que estuda os brasões) de domínio no Brasil.
O gibão do bandeirante, vestimenta típica
dos bandeirantes paulistas, era uma espécie de casado de couro, às
vezes acolchoado de algodão, com o que ficava reforçado
como uma couraça para proteger contra flechadas. É peça
heráldica figurante em grande número de brasões
paulistas, mineiros e matogrossenses, sempre a evocar a passagem do bandeirante
como desbravador ou civilizador. A existência de Juiz de Fora está ligada
a abertura do Caminho Novo pelos bandeirantes Garcia Rodrigues Paes e
Domingos Rodrigues da Fonseca pelos motivos já referidos.
O monumento ao Cristo Redentor é antigo símbolo
da cidade e já figurava nos brasões anteriores a evocar
o sentido cristão de nossa civilização.
O símbolo da Justiça - um gládio
batalhante sobreposto a uma balança - evoca o juiz de fora, de
cujo cargo se tirou o nome da cidade.
A diligência simboliza a Cia. União e Indústria,
fundada por Mariano Procópio, empreendimento que teve profundas
conseqüências na vida de Juiz de Fora e de toda região
percorrida pela estrada por ela construída. Incentivou o comércio
com o Rio de Janeiro, ativou a produção agrária
do Município, introduziu os colonos alemães, desenvolveu
a cidade e deu-lhe prestígio. A iniciativa de Mariano Procópio
marca a primeira fase importante da História local: a agrária
e a mercantil.
O rio ondulado de negro é o Paraibuna - cujo
nome significa, segundo A. Nascentes, "rio imprestável e
escuro", ou negro: pará
+ iwa + una. Sua importância principia quando Garcia Rodrigues
Paes toma seu curso como roteiro co Caminho Novo. Ao longo de seu trajeto,
contruiram-se a estrada União e Indústria e a ferrovia
que veio a chamar-se Central do Brasil. O Paraibuna foi como que o guia
do desbravamento desta região. Depois, ao mesmo tempo que serve à
cidade como fator de saneamento, tornou-se fonte de riqueza e de progresso,
alimentando as turbinas da Cia. Mineira de Eletricidade.
A faísca sobre o rio evoca o pioneirismo de Bernardo
Mascarenhas e da Cia. Mineira de Eletricidade, que introduziram na cidade
a primeira usina hidrelétrica da América do Sul, ponto
de partida para a transformação da sociedade agrária
e comercial e sociedade fabril. A Cia. Mineira de Eletricidade inaugurou,
assim, a segunda fase da História sócio-econômica
de Juiz de Fora: a industrial.
Os suportes do escudo - ramos de
café frutados
- evocam aquela economia cafeeira, que justificou a União Indústria
e, por esta estimulada, efeiçoou a sociedade juiz-forana até o
advento da indústria.
No listel, as datas 1701 e 1850
recordam, respectivamente, o início da abertura do Caminho Novo e a criação
do Município.
A coroa mural, com 5 torres aparentes,
simboliza a categoria política de Juiz de Fora - a cidade.
As cores e sua significação
As cores têm significações heráldicas
próprias. Verde é renovação e esperança;
azul é
alegria, saber e lealdade; vermelho é grandeza, coragem e valor;
ouro (amarelo) é justiça, fé e constância;
prata (branco) é beleza, pureza e vitória.
No caso particular de Juiz de Fora,
as cores representarão
também os diversos elementos étnicos que integram a população:
verde - ouro - vermelho, portugueses; verde - branco - vermelho, italianos,
sírios e libaneses; vermelho - negro, alemães; verde e
negro, o elemento africano (20 bandeiras dos novos Estados africanos
têm o verde em sua composição); vermelho, o indígena.
Assim, sem excessos nem fantasias,
o novo brasão
conta a história de Juiz de Fora, fixando-lhe o que mais a caracterizou,
sem individualizar em demasia. Antes, procura, através de símbolos
apropriados, realçar empreendimentos em vez de focalizar pessoalmente
o empreendedor. Nada de grande é feito, na sociedade, pelo homem
só. Esta idéia orientou a feitura do brasão. A História é
obra de muitos.
SENSACIONAIS: seu artigo e o significado do Brasão de Juiz de Fora! OBRIGADA!
ResponderExcluir