terça-feira, 26 de julho de 2016

"MUNDO MAIS HUMANO!!!"


Mulher faz sopa com alimentos reaproveitados e distribui na rua no DF
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Alessandra Modzeleski
Colaboração para o UOL, em Brasília
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Moradores de rua do DF ganham sopa feita com alimentos reaproveitados5 fotos

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Alimentos descartados em supermercados são usados para preparar refeições para moradores de rua da região central de Brasília. A professora Lisa Minari percorre supermercados e feiras três vezes por semana e arrecada cerca de 25 kg por visita Imagem: Arquivo pessoal
Preocupada com o desperdício de comida e com o grande número de pessoas passando fome, a professora universitária Lisa Minari recolhe, três vezes por semana, alimentos descartados em supermercados para preparar refeições para moradores de rua, na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília (DF). Há quatro anos, Lisa já pegava frutas, legumes e pães e distribuía para famílias carentes e vizinhos. A distribuição de sopa começou há pouco mais de um ano e beneficia mais de 30 pessoas por noite na cidade.
Lisa percorre supermercados e feiras três vezes por semana e arrecada cerca de 25 kg por visita. A agilidade é o que garante os melhores alimentos. "Eu prefiro ir a feiras de rua. No final do dia, ficam, no chão, frutas e legumes em ótimo estado. Basta prestar atenção na textura, cheiro e cor", conta. A professora revelou ainda que consome os alimentos em casa.
Essas sobras são comida de qualidade e não devem ser tratadas como lixo. Eu mesma como. Minha família me ensinou a reaproveitar tudo
Depois de coletados, esses legumes viram uma sopa que é distribuída toda terça-feira, às 22h, na rodoviária, mas o trabalho começa mais cedo, às 17h.
A professora reserva a tarde para limpar cada um dos legumes, lavar e cortar em cubos. O caldo cozinha por uma hora e meia. Depois vai para o liquidificador e chega quente para os que aguardam uma das poucas refeições do dia. "Eles falam para mim que parece a sopa da vovó. Isso faz valer a pena."
A sopa ainda acompanha pães e, às vezes, bolos que a professora consegue de doação de uma padaria. "Eles trocam os pães que não são vendidos cerca de duas a três vezes por dia. São cinco sacos enormes de alimentos que iam para o lixo", conta. Lisa leva os pães e distribui não só para a refeição noturna, mas para a manhã. "Eles têm a refeição agora, mas quando acordam também sentem fome. É uma garantia."
Fátima Fonseca, natural de Minas Gerais, não sabe dizer há quanto tempo vive na rua. Na região do Plano Piloto, área central de Brasília, ela chegou há seis meses e toda terça-feira espera o carro de Lisa estacionar para pegar um pouco de comida. "Hoje eu só tinha comido algumas laranjas o dia todo. Minha alimentação depende dessas pessoas, porque tudo que eu tenho está aqui, se eu levantar alguém rouba", conta a senhora enquanto mostra os sacos ao redor do canto que dorme. Além de Fátima, outros idosos, jovens, crianças e até famílias são atendidas na região. "A comida é importante, mas é também uma desculpa para se aproximar dessas pessoas. Nós gostamos de conversar, chamar pelo nome e humanizar", explica Lisa.
O sonho da professora é que o projeto cresça. "Minha ideia é que as pessoas se juntem em pequenos grupos, em ações pequenas nas suas cidades. Se todos nós fizermos um pouco, teremos muito", argumento Lisa. Para quem quer começar, Lisa diz que é preciso pensar em quem beneficiar primeiro. Depois, procurar mercados e feiras, falar com as pessoas, explicar a proposta e procurar amigos para acompanhar a entrega dos alimentos. "É importante dar continuidade, nem que a pessoa entregue apenas uma vez por mês", ressaltou.
FONTE:  http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/11/29/mulher-faz-sopa-com-alimentos-reaproveitados-e-distribui-na-rua-no-df.htm

"CASINHAS AOS CACHORRINHOS E AOS FELINOS!"


Contra o frio, voluntários espalham casinhas de cachorro em cidade de SC

Aline Torres
Colaboração para o UOL, em Florianópolis

FONTE: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/06/10/contra-o-frio-voluntarios-espalham-casinhas-de-cachorro-em-cidade-de-sc.htm
  • Reprodução/Facebook
    Bruna teve a ideia quando encontrou em uma rodovia uma ninhada com sete filhotes, ainda com sangue do parto, sendo atacados por formigas Bruna teve a ideia quando encontrou em uma rodovia uma ninhada com sete filhotes, ainda com sangue do parto, sendo atacados por formigas
A cidade de Lages, na serra catarinense, teve manhã com frio abaixo de 0 °C ao longo da semana. Apesar da temperatura negativa, muitos cães de rua sentiram menos frio porque dormiram nas casinhas instaladas pelo grupo Ajude um Animal de Rua, que irá disponibilizar 500 moradias térmicas nos próximos meses.
A empresária Bruna Uncini, 26, ajudava esporadicamente animais abandonados. Levava cães doentes ou atropelados para o veterinário, organizava campanhas de adoção, mesmo assim, achava que fazia pouco. "Percebi que meu trabalho de formiguinha não estava funcionando. Por mais que eu ajudasse um animal, outros estariam desamparados", disse.
O gatilho para essa percepção foi a noite do dia 24 de abril. Bruna encontrou em uma rodovia uma ninhada com sete filhotes, ainda com sangue do parto, sendo atacados por formigas. Eles foram abrigados e receberam tratamento, mas só um sobreviveu.
Para agir em defesa dos animais, Bruna se uniu a Bruno Hartmann, da Gerência de Proteção Animal de Lages, e Clênia Souza, voluntária do Adote. Os três cadastraram 500 animais abandonados. Em seguida, criaram uma campanha para pedir ajuda aos comerciantes da cidade. Cada comerciante oferece R$ 118, paga a casinha e em troca é colocada uma placa com o nome do comércio. "É benéfico para todos. Os animais sobrevivem ao frio e os empresários têm uma chance de investirem em marketing positivo", disse Bruna.
Cicero Pereira Neto é um dos empresários que colaborou com a boa ação. "Apoio o projeto porque ele é bem estruturado. Num primeiro momento, busca diminuir o sofrimento dos animais. Muitos não sobrevivem ao clima de Lages. Num segundo, trabalha na questão da saúde pública, vacinando e castrando", afirmou.
Até o momento, foram instaladas 83 casinhas, mas nos próximos dois meses serão colocadas as 500. Enquanto isso, há cães dividindo o espaço. As moradias ecológicas são confeccionadas pela DW Artesanato, de Rio do Sul, e são térmicas --armazenam 40% de calor.

Reprodução/Facebook
"Percebi que meu trabalho de formiguinha não estava funcionando", diz a idealizadora do projeto
Cada uma tem uma placa: "Essa é minha casa, fui abandonado. Por favor, me ajude com água e comida. Se não puder ajudar, tudo bem, mas, por favor, não me faça nenhum mal, eu não faço mal a ninguém. Obrigada!".
As casinhas estão sendo colocadas há um mês e nenhuma foi roubada. Ao contrário, muitas receberam travesseiros, cobertores e potinhos com água e ração. Na fanpage do projeto muitas pessoas avisam sobre locais onde há cães abandonados. A massoterapeuta Daniane Zazeka, por exemplo, informou que na praça Sete de Setembro, no bairro Boa Vista, havia cinco cães. No dia seguinte, as casinhas foram instaladas. E Daniane levou cobertores, água e ração para recepcionar os futuros inquilinos.

Projeto continua

O projeto tem outras duas etapas. Após as instalações das casinhas, que são demoradas pelo tempo de montagem, os animais serão vacinados e castrados, para que sejam evitados novos ciclos de abandono.
Por fim, Bruna e os parceiros irão às escolas fazer um trabalho de conscientização. "Gostaríamos de alertar sobre a irresponsabilidade de abandonar um animal. Muitos são jogados fora quando ficam velhos ou adoecem. É preciso que os estudantes reflitam sobre a desumanidade cometida para que haja uma transformação", enfatizou Bruna.
O exemplo do Ajude um Animal de Rua poderá ser levado a outros Estados brasileiros. Os voluntários já receberam ligações de São Paulo, do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. São pessoas que apoiam a campanha de arrecadação criada por Bruna. Até o momento, foram arrecadados R$10,6 mil. Outras pessoas dispostas a ajudar podem doar clicando aqui.

"CARIDADE AOS ANIMAIS!"

Cidade no interior de SP faz campanha do agasalho para ajudar cães e gatos
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Wagner Carvalho
Colaboração para o UOL, em Bauru (SP)

FONTE: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/06/17/cidade-no-interior-de-sp-faz-campanha-do-agasalho-para-ajudar-caes-e-gatos.htm
  • Mayara Arena/Arquivo pessoal
    De acordo com o Ipmet, não fazia tanto frio na cidade desde 2011
    De acordo com o Ipmet, não fazia tanto frio na cidade desde 2011
Uma campanha para arrecadar agasalho e cobertores para os animais que vivem no canil e em abrigos cadastrados pelo município tem ganhado a simpatia da população de Pederneiras, 324 km de São Paulo.
O objetivo é receber doação de camas, cobertores, roupinhas, casinhas e até ração para oferecer aos cerca de 150 animais que vivem no canil municipal e aos mais de 500 animais que vivem com famílias protetoras pela cidade, cadastrados pela prefeitura.
Na madrugada de segunda-feira (13) foi registrada a temperatura mais baixa do ano na cidade: os termômetros chegaram a 4,9 °C, mas a sensação térmica ficou abaixo de 0 °C, com ocorrência de geadas. De acordo com o Ipmet (Centro de Meteorologia da Unesp de Bauru), não fazia tanto frio desde 2011.
"Tem cuidadora que chega a abrigar dezenas de cães e gatos que são deixados nas ruas e são resgatados, recebem tratamento, vacina e carinho, mas ficam à disposição para serem adotados", explica Mayara Arena, agente administrativa do município que coordenou a campanha.
A ação teve início há cerca de uma semana e vem colhendo bons resultados, tanto que alguns animais já estão utilizando as roupinhas doadas. Foram definidos nove pontos de coleta para as doações. Entre eles estão a prefeitura, as secretarias de Meio Ambiente e Assistência Social e o canil municipal.

Mayara Arena/Arquivo pessoal
Na madrugada de segunda-feira (13), foi registrada a temperatura mais baixa do ano na cidade
"Nossa intenção é arrecadar o máximo de doações possível. O número de animais, tanto no canil quanto nos abrigos, é muito grande. As doações de roupinhas e cobertores são essenciais para a campanha, mas caminha, casinhas e ração são muito bem-vindas", afirmou Mayara.
Daniela Satake, veterinária do município, afirma que as baixas temperaturas podem prejudicar a saúde dos animais de estimação. "Com a imunidade baixa, eles podem desenvolver inflamação no ouvido, cistite por segurarem mais a urina, até pneumonia e ir à óbito", afirma.
"Já arrecadamos cerca de dez roupinhas, quatro cobertores, duas casinhas, três caminhas, 30 kg de ração de cão e seis kg de ração de gato", contabiliza Mayara. Ela explica que as doações podem acontecer em qualquer época do ano, e que as necessidades dos animais vão além de enfrentar as baixas temperaturas.
Neuza Canastra, moradora no Jardim Altos do Alvorada, conta que deixou agasalhos no prédio da prefeitura. "Meus cães cresceram e decidi doar as roupinhas que não servem mais. Agora consegui com uns amigos cobertores e vou doar para a campanha", afirma.
Já Antenor Mendes, morador do bairro do Paturis, um local afastado dos pontos de arrecadação, disse que pretende levar o que conseguiu arrecadar com os vizinhos no final de semana. "Vai dar pra comprar uns 50 kg de ração, e ainda tem mais dois cobertores", afirma.

"SANTA CATARINA CARIDOSA!"

Defesa Civil instala barracas térmicas para moradores de rua em SC
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Aline Torres
Colaboração para o UOL, em Florianópolis

  • Nelson Robledo/Prefeitura de Itajaí
    Com frio intenso, algumas cidades de Santa Catarina, como Itajaí, decidiram montar barracas para abrigar moradores de rua durante a noite Com frio intenso, algumas cidades de Santa Catarina, como Itajaí, decidiram montar barracas para abrigar moradores de rua durante a noite
Santa Catarina, como boa parte do país, vive um inverno atípico, de frio rigoroso. No dia 13 de julho, por exemplo, os termômetros marcaram - 4º C no Vale do Itajaí.
Tem quem goste e faça turismo. E tem quem sofra e morra nas calçadas. Pensando na situação das pessoas que estão na rua, a Defesa Civil instalou barracas térmicas em quatro cidades catarinenses e há outras que pretendem aderir ao projeto. As barracas armazenam calor, são amplas, comportam até 20 pessoas, estão equipadas com colchões, travesseiros e cobertores.
Na semana passada foram instaladas barracas nas cidades litorâneas, Itapema e Biguaçu e em Lages, na serra catarinense. Na terça-feira (21), foi a vez de Itajaí, também no litoral.
Os pedidos à Defesa Civil Estadual partem das coordenadorias municipais. No caso de Itajaí, a Defesa Civil pediu auxílio após apelo do diácono Juarez Carlos Langer, 44. Na sua paróquia, a São Vicente de Paulo, havia aproximadamente 20 pessoas dormindo embaixo das marquises.
"Acredito que muitas pessoas não sobreviverão a este inverno se permanecerem na rua",  disse o diácono.
Não fazia um frio tão rigoroso em Santa Catarina - com sequência de temperaturas negativas, geadas e neve ainda no outono - há seis décadas, explicou o engenheiro agrônomo do Climaterra Ronaldo Coutinho.

Nelson Robledo/Prefeitura de Itajaí
Barraca com 20 lugares para moradores de rua é montada em Itajaí (SC)
"E acredito que o frio irá piorar", disse Everlei Pereira, coordenador da Defesa Civil de Itajaí, que solicitou as duas barracas, montadas no pátio da paróquia.
Para deixar as barracas mais quentes foram colocados paletts no chão, cobertos com papelões grossos e lonas. Assim se evitará a umidade das calçadas em dias chuvosos.
Os portões da igreja abrem às 19h para os moradores de rua. Nesse horário é servido o jantar. Às 7h é servido o café da manhã. E os abrigados seguem seu rumo - ou a falta dele - pela cidade.
Há apenas duas regras que devem ser seguidas. A primeira é tomar banhos todos os dias. O banheiro da paróquia fica aberto. Há chuveiro quente e toalhas.
E a segunda, sentar à mesa durante as refeições. "Não queremos que eles comam no chão. Queremos resgatar a dignidade deles. Sentamos juntos à mesa e fazemos nossa refeição", disse o diácono.
Na noite passada foi servida sopa de legumes, nesta manhã, leite, café, pão e frutas. Os alimentos são doados e preparados, principalmente, por fiéis. Mas, há pessoas sem vínculos religiosos que se interessaram em ajudar. "A obra é grande demais para dispensarmos ajuda", disse o diácono.

"GAY É AMOR!!!!"


Drag queens doam mais de mil peças de roupa para moradores de rua em Brasília

Jéssica Nascimento
Colaboração para o UOL, em Brasília

FONTE: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/07/06/drag-queens-doam-mais-de-mil-pecas-de-roupa-para-moradores-de-rua-em-brasilia.htm
  • Jornal Metrópoles
Um grupo de dez drag queens do Distrito Federal arrecadou mais de mil peças de roupa e distribuiu para moradores de rua do entorno da Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, no dia 22 de junho. Segundo as participantes, o movimento "Montadas para o bem" tem como objetivo levar alegria e arte para a comunidade.
A entrega na rodoviária não foi a única. Segundo as meninas, as "montadas para o bem" farão mais uma ação para doar agasalhos no dia 29 de julho.
A ideia do grupo surgiu em uma conversa de amigos. A vontade de ajudar se uniu ao frio de Brasília, que no dia 26 de junho chegou a 11º C –o dia mais frio do ano. Laurie Blue, drag queen de Nathan Nagashina, 24, disse que a entrega foi emocionante.
"Reunimos roupas, agasalhos, chinelos e sapatos. Quando fomos entregar as peças, um morador de rua perguntou se era doação. Dissemos que sim e ele começou a movimentar tudo", disse. "Uma fila foi formada e entregamos mais de mil peças. Nos emocionamos demais, a todo momento. Foi gratificante."
Segundo Laurie Blue, os moradores agradeciam a todo o momento e se divertiam com o grupo. "Foi um momento de gratidão. Trocamos histórias, abraços e carinho. Os moradores de rua disseram que as doações são poucas no inverno. Estranho, né? É a época que eles mais precisam."
A página no Facebook do projeto, que tem mais de 1.600 curtidas, serve como um meio de comunicação entre as meninas e as pessoas que querem doar agasalhos e peças de frio. A boate LGBT Victória Haus, onde as drags trabalham, também é um ponto de entrega para quem quer ajudar.
Novos projetos também devem surgir, segundo a drag Mary Gambiarra. "Vamos continuar divulgando a drag queen aqui em Brasília. Ser drag é uma profissão, sabia? Queremos mostrar que podemos viver em comunidade como outras pessoas, somos todos iguais", afirma. "Às vezes não somos bem vistas. Porém, sabemos que tudo isso um dia vai mudar."

"CASOS DE CARIDADE"


Jovens dormem nas ruas para sentir frio e fome junto a desabrigados em SC

Aline Torres
Colaboração para o UOL, em Florianópolis

  • Divulgação/Fraternidade O Caminho
    Há dois dias, 110 jovens estão dormindo nas calçadas de Florianópolis (SC) em solidariedade a moradores de rua
    Há dois dias, 110 jovens estão dormindo nas calçadas de Florianópolis (SC) em solidariedade a moradores de rua
Há dois dias, 110 jovens estão dormindo nas calçadas de Florianópolis. Eles não são moradores de rua, nem dependentes químicos ou manifestantes. A maioria é composta por universitários ou estudantes recém-formados. São pessoas que abriram mão do conforto das suas casas para participarem de uma missão franciscana. O objetivo é sentir o mesmo que os sem-teto -- inclusive o frio. Fez 6 graus na madrugada deste domingo (17), segundo a central meteorológica de Santa Catarina, a Epagri/Ciram.
Sentir o mesmo é um jeito de nivelar a caridade, mostrar que todos são iguais. A missão foi batizada de "Anawin", palavra hebraica que significa os "pobres de Deus", foi organizada pela fraternidade O Caminho e reúne jovens de várias cidades do sul do Brasil.
"Nada nos diferencia. Não somos melhores. Se existem prediletos são os pobres", disse a irmã Maria Dolores, organizadora da missão.

Divulgação/Fraternidade O Caminho
Missas a céu aberto também fazem parte da missão dos franciscanos
O aprendizado vem de nove séculos. Rico e vaidoso, filho de nobres italianos, Francisco de Assis esbanjava o dinheiro da família com superficialidades. Durante a guerra, adoeceu e começou ouvir vozes e acreditou ser um chamado de Deus. Então escolheu vender seus bens, abdicar da herança e se dedicar aos enfermos e miseráveis. Ele tinha 25 anos. Em 1210 fundou, ao lado de doze discípulos, a ordem franciscana. Eram homens despojados, cujas únicas posses eram uma túnica, uma corda e um par de sandálias.
Na sexta-feira (15), os discípulos modernos de são Francisco dormiram nas pedras do Terminal Rodoviário Rita Maria. Mas ficaram com medo de voltar. Na disputa pelo crack, a noite foi interrompida por brigas entre os moradores de rua. Um homem foi esfaqueado. Na segunda noite, desbravaram o centro da cidade em busca de papelão e dormiram no antigo terminal de ônibus.
"Foi muito difícil. Passei frio e me assustei. Vi três ratos tão grandes que pareciam cães. Mas acho que o pior foi a fome", disse Marcelo Oliveira, 21 anos.
Os franciscanos abdicam do dinheiro e dos prazeres dos bens materiais. Comem quando recebem doações ou esmolas. Os integrantes da missão fizeram a campanha do R$ 1 nos semáforos. Tudo o que conseguem é dividido com o próximo.
"É a lei cristã do amor e da caridade vivida ao extremo. Vemos Cristo nas prostitutas, nos mendigos, nos presos. Dizemos que o pobre é nossa obra. E não só os pobres da matéria. Também buscamos os pobres de espírito. Aqueles que têm tudo, mas não têm nada, por que perderam o sentido da existência. Acho que esse radicalismo que atrai os jovens", disse a irmã Dolores.
A jornalista Gabriela Ribeiro da Costa, 23 anos, concorda. A abnegação dos franciscanos fez com que ela mudasse os rumos da vida. Ela se prepara para a formação e para os quatro votos da fraternidade: pobreza, obediência, castidade e disponibilidade. Nem todos ali são como Gabriela. Alguns jovens querem viver os propósitos franciscanos sem abdicarem de suas famílias e profissões.

Divulgação/Fraternidade O Caminho
Mutirão foi organizados para cortar unhas, cabelos e fazer barba dos moradores de rua
"Quando contei [que iria para a fraternidade], meu pai começou a chorar. Não deixa de ser uma perda. Receberei até um novo nome. Mas não consigo negar minha vocação. Não quero pregar para as pessoas coisas que eu não vivo. Quero ter, como São Francisco, um coração desprendido", disse Gabriela.
Nas manhãs, para alcançarem os sem teto que não vão à Catedral, os franciscanos realizaram missas a céu aberto. Eles também organizaram rodas de música e teatro. Uma das intenções da fraternidade é viver a pobreza com alegria.
Nas tardes, eles visitaram comunidades carentes de Florianópolis. E neste domingo organizaram um mutirão pela manhã para cortar unhas, cabelos e fazer a barba dos moradores de rua.
FONTE:  http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/07/18/jovens-dormem-nas-ruas-de-sc-para-sentirem-o-mesmo-que-os-desabrigados.htm

"CASOS DE CARIDADE"


'Fico com pena e levo pra casa': o guarda de SP que acolhe usuários de crack e moradores de rua

Felipe Souza - BBC Brasil, Sao Paulo
FONTE: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2016/07/26/fico-com-pena-e-levo-pra-casa-o-guarda-de-sp-que-acolhe-usuarios-de-crack-e-moradores-de-rua.htm
Com as mãos trêmulas, cobertor nos ombros e o olhar perdido, centenas de pessoas se aglomeram num quadrilátero de ruas estreitas no centro de São Paulo na busca incessante por uma pedra de crack. De uma farda azul marinho, cassetete e revólver na cintura, o guarda municipal Marcos de Moraes, de 51 anos, observa a multidão na cracolândia durante sua patrulha.
À distância, ele analisa o comportamento dos usuários de drogas que frequentam o local. Moraes se aproxima de alguns e oferece apoio para aqueles que mais o comovem. "Você aceita ajuda? Eu não estou brincando. Se você confiar em mim, eu posso te tirar das ruas", diz o guarda com firmeza na voz e olhar acolhedor, enquanto segura a mão de seu interlocutor.
Em oito anos na Guarda Civil Metropolitana (GCM), Moraes já encaminhou para abrigos, levou de volta para os braços da família e até para morar dentro de sua própria casa cerca de 50 usuários de crack e moradores de rua.
"Levo para casa mesmo. Sei que é um número pequeno, mas não me importo com quantidade, e sim com a qualidade. Quando pego um caso, vou até o fim", disse em entrevista à BBC Brasil.
O Facebook é uma das principais ferramentas que Moraes usa para encontrar as famílias dos moradores de rua.
Mas os compartilhamentos na rede também o levaram a conhecer sua mulher, Karyne Santana Xavier de Moraes, 29. "Eu sempre compartilhava as postagens dele e a gente começou a conversar. Nos encontramos, namoramos dois anos e casamos", contou ela.
Hoje, Moraes vive em uma casa alugada em Mogi das Cruzes (Grande São Paulo) com a mulher Karyne e o pedreiro Geraldo Martins, de 63 anos, que foi resgatado quando morava nas ruas de São Bernardo do Campo, também na Grande SP.
O guarda levou o desconhecido para dentro de sua casa em fevereiro depois de ver um alerta no Facebook para o caso dele - o senhor que saíra de Pernambuco em busca de um emprego e estava morando na rua.
"Ele trabalha em São Paulo e a esposa dele fica sozinha. Não sei como ele teve coragem de me trazer. Ele confia demais em mim. É amizade demais nós, parece que ele é meu filho", disse Geraldo com lágrima nos olhos. Até mesmo os dois gatos e o cão de estimação do guarda civil foram adotados da rua.

Leia o depoimento de Marcos de Moraes à BBC Brasil:

Eu nasci em Mogi das Cruzes (Grande SP), onde moro até hoje. Tive uma infância muito boa, embora eu tenha perdido meu pai com seis anos. Um pai faz falta, mas consegui me adaptar muito bem com meu padrasto.
Todo menino quer ser herói e na minha infância os meninos sonhavam em ser jogador de futebol. Eu também, mas eu jogava muito mal. Então, eu me direcionei para ser policial e sempre queria ser o mocinho nas brincadeiras de polícia e bandido.
Vendi ferro-velho e, em 1990, comecei a vender cachorro-quente na porta da Universidade Mogi das Cruzes. Foi quando comecei a me aproximar de moradores de rua.
No fim da noite, sempre chegavam um ou dois pedindo um lanche e, claro, eu dava. E aproveitava para perguntar o motivo de estarem na rua. Cada um tinha uma história e ali começou a despertar a minha atenção para o lado dessas pessoas excluídas da sociedade.
Alguns diziam até que o prefeito os transportavam para uma área afastada e eles só chegavam novamente à noite no centro da cidade.
Depois de 12 anos vendendo lanches, passei a vender cerveja e, em 2008, eu fiz concurso e entrei na Guarda Civil Metropolitana (GCM). Foi lá que me realizei profissionalmente.

25 anos na rua

Na GCM, tive a oportunidade de me aproximar das pessoas em situação de rua para tentar ajudá-las da forma que eu pudesse.
Em oito anos na GCM, eu já encaminhei cerca de 50 moradores de rua para clínicas de reabilitação ou de volta para suas famílias. Até hoje eu tenho contato com alguns deles e até ligo para saber como estão.
Eu sempre converso com a família do senhor Claudiocir, que era viciado em crack e morou 25 anos na rua. Quando o conheci, perguntei se ele deixaria as drogas se eu encontrasse sua família, que morava em Poções, na Bahia.
Ele, que morava sob uma tábua, disse que sim e eu fui atrás. Pedi ajuda na rádio da cidade de Poções até encontrar a mãe dele. Vizinhos que ouviram o apelo e até o próprio radialista foram até a casa dela.
Disseram que a senhora até deixou o café no fogo e deu pulos de alegria quando soube notícias do filho.
O reencontro foi maravilhoso. A TV Record se interessou pelo caso, levou o rapaz para uma clínica de reabilitação e depois pagou a passagem de volta.

Pedreiro de Olinda

Alguém encontrou o seu Geraldo na rodoviária de São Bernardo do Campo, na Grande SP, e publicaram a foto dele no Facebook dizendo que ele quer voltar para casa, mas ninguém o ajudava.
Eu e minha esposa fomos lá para ajudá-lo. Fizemos uma selfie na frente com uma brincadeira para ver o que faria. Ele brincou com a gente falando que estávamos fazendo uma foto dele. Em seguida, disse que não tinha problema.
Perguntei se ele queria mudar de vida porque eu estava disposto a ajudá-lo. Ele falou que queria porque aquilo não era vida.
Ele veio de Pernambuco com a promessa de um trabalho, mas não conseguiu e foi para a rua. Isso acontece com a maior parte das pessoas que moram na rua.
O Geraldo tinha um pequeno problema com álcool porque hoje é praticamente impossível alguém estar na rua e não ser usuário, no mínimo, de bebida alcoólica por conta do frio.
Eu então o chamei para ir embora comigo. Perguntei se ele não era pedreiro e disse que também tinha um serviço na minha casa que ele poderia fazer e ainda encontraria mais trabalho para ele.
Ele nem parou para pensar na resposta. Se despediu dos amigos, entrou no meu carro e a gente foi embora.
Ele dorme em um cômodo no fundo da minha casa e me ajuda em uma obra. O seu Geraldo já faz parte da minha família. A comida que ele almoça é a mesma que a nossa, toma café da manhã com a gente, passeia, viaja. Ele está bem feliz.
O Geraldo tem 52 anos e é muito respeitoso. Eu saio de casa e deixo ele sozinho com a minha mulher, mas nunca tive nenhum tipo de problema.
Ele até nos mostrou na internet a casa onde ele mora em Pernambuco, onde os filhos e a mulher estão. A intenção dele agora é guardar um dinheiro através do trabalho e visitar a família em outubro.
Mas ele não quer morar lá. Ele quer passear e voltar para São Paulo. Ele diz que aqui é o lugar onde ele se sente feliz. Ele colocou uma arcada dentária nova, comprou roupas. O único mal dele hoje é o cigarro, mas ele prometeu que vai parar.

'Está com dó? Leva para casa'

Eu já ouvi muita gente dizer: "Está com dó, leva para casa". Esses são os primeiros a apontar, a dizer que eles estão ali [na rua] porque querem.
Não é assim. Os moradores de rua merecem no mínimo serem ouvidos, merecem atenção.
Isso é antigo. Tem uma passagem na bíblia com o homem caído que é ignorado pelas pessoas que poderiam ajudá-lo. Mas um passa e vê para ajudá-lo. Esse sou eu. Se tiver no meu alcance, vou ajudar na hora.
E tem muita gente assim. Tem gente que não aguenta só ver, mas também ajuda. Se eu puder dividir um prato de comida eu divido.
Com o seu Geraldo não foi diferente. Ele se propôs a mudar de vida e está comigo até hoje. Levei para casa mesmo.

Fim da vida em casa

Eu encontrei o Felipe Furlán, de 23 anos, na porta de um mercado na avenida Ipiranga, no centro de São Paulo. Me aproximei e perguntei se ele queria voltar para casa.
Ele respondeu que sim e que sua família era de Piracicaba (a 160 km da capital). Lancei uma campanha no Facebook e os compartilhamentos chegaram até o irmão dele, que viu e me procurou. A família já tinha até feito um boletim de ocorrência por desaparecimento.
No dia do reencontro, paguei um banho para o Felipe numa pensão e fui na [rua] 25 [de Março] e comprar umas roupas para ele. Quando a mãe dele chegou, até passou direto porque não o reconheceu porque ela tinha como base as fotos que eu havia passado, dele com roupas sujas, barbudo e cabeludo.
Quando eles se encontraram, foi só alegria. Essa é a melhor parte da história. Nada pagar ver um filho voltar para casa nos braços da mãe, do irmão e de um primo.
O Felipe voltou para casa com eles e, passados dois anos, infelizmente ele sofreu um acidente veio a faceler. Mas a minha parte nessa história de vida é que ele passou os dois últimos anos de vida ao lado da família. E isso não tem preço."

O dilema

Em 2008, me aproximei de um senhor na praça Buenos Aires, em Higienópolis, no centro de São Paulo. Era o senhor Antônio, que falou: "A coisa que eu mais queria era rever meu filho, que hoje deve ter 25 anos. Eu não o vejo desde os 3 anos, quando briguei com minha mulher e saí de casa."
Achei o nome do filho dele numa lista de concurso público e descobri que ele trabalhava como carcereiro. Consegui o telefone dele em um boletim de ocorrência e liguei empolgado para dizer que tinha achado seu pai.
Ele atendeu o telefone e respondeu, exaltado, que seu pai estava em casa e que eu estava louco. Pedi desculpas e disse que me enganei.
Eu tinha certeza que aquele era o filho do Antônio, mas preferi tomar essa decisão para não estragar a família. A mãe dele deve ter encontrado outro homem e disse que era o pai dele, quando ainda tinha 3 anos. E nessa área, eu não posso entrar.
Voltei e disse para o Antônio que não encontrei o filho dele.

Ampliação

Eu dependo da ajuda de muita gente para fazer esse trabalho social porque ninguém faz nada sozinho. E eu preciso de muita gente para me ajudar. Não financeiramente. Quando há gastos, são meus.
A primeira coisa que a pessoa precisa é se alimentar, mas isso é o de menos. Se a pessoa precisa de uma passagem, eu que pago, comprar roupa, eu compro. O que tiver que fazer eu faço com o maior prazer, nunca me faltou nada.
Algumas pessoas já quiseram me ajudar com passagens. É sempre bem-vindo, mas eu quero profissionalizar isso, talvez criando uma ONG.
O meu comandante na GCM, Gilson de Meneses, me dá todo o apoio necessário dentro da corporação. Se eu precisar de carro, tenho à disposição. Isso é muito importante.
Quando eu preciso fazer uma busca, o computador da guarda está à minha disposição também. Mas eu também faço isso em casa como uma extensão desse trabalho social. Esse é o meu dom.

"CARIMÃ"- Fonte: http://papjerimum.blogspot.com.br/2015/05/carima-cardapio-indigena-que.html




Barra de Cunhaú por Vera Santan
SEJA BEM VINDO AO VENTO NORDESTE! segunda-feira, 4 de maio de 2015

CARIMÃ - CARDÁPIO INDÍGENA QUE TRANSFORMAMOS EM BOLOS, MINGAUS, PAPAS E PAMONHAS. VEJAM AS RECEITAS!






Na casa dos meus pais a carimã sempre fez parte da nossa culinária, pricipalmente na forma de "papa", ou como ingrediente básico para fazer o tradicional bolo preto ( Pé-de-moleque).Durante muito tempo torci o nariz para essa massa rica em amido, ferro e fibras, por causa do odor que exala. Não ia pra cozinha preparar nada com carimã, porque o cheiro fédido da fermentação me provocava náuseas. Mas depois de tudo pronto, não dispensava nem dispenso, até hoje a papinha, uma fatia de bolo preto ou o bolo feito só com a carimã. Acho tudo uma delícia!




Carimã (do tupi karimã) - é um produto da mandioca obtido a partir da fermentação da raiz. O processo de produção da massa é herança indígena.

"Carimã no Nordeste é a mesma farinha de mandioca puba também dita mandioca mole. Põem a mandioca com casca e tudo em vasilhas com com água ao sol durante 4 a 5 dias até amolecer e a casca afrouxar, largando pelo simples contato. Colocam essa mandioca dentro de um saco, pendurado para escorrer, um a dois dias. Tira-se a massa e espreme-se com a mão fazendo-se bolinhos oblongos que vão secar numa urupema ao sol. Não se tira, pelo exposto, "goma" da carimã como se tira da mandioca ralada. Aproveitam-na toda! Por isso a carimã é mais forte e substancial"

"Da carimã, com maior percentagem de amido, nascem os mingaus, os bolos que a mulher portuguesa criou e recriou, esquecendo a farinha de trigo"

Luiz da Câmara Cascudo: Cardápio Indígena -História da Alimentação do Brasil 




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A massa de carimã é encontrada nas feiras e supermercados do Nordeste, vendidas por unidade na forma bolinho redondo (uma carimã) ou por quilo, na forma de farinha  acondicionada em sacos plásticos. Os bolos, mingaus, papas ou pamonhas feitas com essa massa são indiscutivelmente deliciosos e saboreados com prazer por quem sabe apreciar essas guloseimas regionais.




RECEITA DO BOLO DE CARIMÃ






O Bolo de Carimã é um dos bolos mais populares no Nordeste, e o mais interessante, é que é um bolo feito de maneira diferente por cada pessoa, na maioria das vezes sem receita definida; "não sei as medidas direito, faço misturando tudo sem medir e no final dá certo" dizem as boleiras mais experientes. Tem quem faça o bolo todo batido no liquidificador; tem quem use fermento; tem  quem bata as claras em neve...
Como encontrei uma variedade enorme de maneiras de fazer esse bolo optei pela receita da minha colaboradora, em culinária, Marilda Nascimento. Eis a receita!


Ingredientes

  • 3 Carimãs (aproximadamente 4 xícaras de carimã)
  • 4 ovos
  • 3 xícaras de açúcar
  • 4 colheres de sopa de manteiga
  • 200ml de leite de coco fresco 
  • 1 colher de sopa de pó royal

           
Modo de preparar


  • Bater os ovos com a manteiga e açúcar até formar um creme
  • Adicionar a carimã peneirada, o leite de coco e o pó royal.
  • colocar na forma de sua preferência ou tabuleiro, untada e povilhada com farinha de trigo
  • Levar ao forno quente préaquecido.




Depois de pronto, o bolo de carimã tem a aparência de bolo solado, gênero de bolo muito apreciado pelos nordestinos, no café da manhã ou lanche da tarde.


RECEITA DO MINGAU DE CARIMÃ




Desde 1806 que se tem relatos escritos sobre o mingau de carimã.Joaquim José Lisboa. alferes do Regimento Regular de Vila Rica, cita-o no seu Descrição Curiosa:

E bolos de carimãs
        Destes bolinhos, Marília,
          Usam muito aqueles povo
                  Fazendo  um mingau com ovos
      Quase todas as manhãs

Câmara Cascudo escreve: " da carimã nasceu pela mão portuguesa, o mingau de carimã, feito com leite de gado, açúcar, canela, ligeiro, gostoso, nutritivo."


Ingredientes  


  • 1/2 xícara (chá) de água
  • 5 cravos
  • 1 pedaço de canela em pau
  • 1 1/2 xícara (chá) de carimã
  • 500ml de leite de coco
  • 2 litros de leite
  • 1 litro de água
  • 2 colheres (chá) de sal
  • 1 xícara (chá) de açúcar
  • 1 colher (sopa) de manteiga
  • Canela em pó  

Modo de Preparar

  • Esquente a água e faça um chá com o cravo e a canela.
  • Reserve.
  • Coloque a carimã em um saco de pano, lave em água corrente e esprema bem, de modo que fique seca.
  • Misture o leite de coco com a carimã.
  • Reserve.
  • Em um panela, coloque o leite e a água para ferver.
  • Adicione a carimã com o leite de coco, misturando até engrossar.
  • Coloque o sal, o açúcar, a manteiga e o chá de cravo e canela.
  • Continue misturando, até que fique bem cozido.
  • Sirva quente, polvilhado com canela em pó. 


RECEITA DA PAPA DE CARIMÃ






Bem mais simples que o mingau, a papa de carimã é excelente complemento alimentar para as crianças. A receita é do meu irmão Alínio, que até hoje não abre mão de uma "papinha de carimã", segundo ele, mais deliciosa e mais nutritiva que as papas com produtos industrializados oferecidas hoje em dia as crianças.


Ingredientes

  • 1 carimã
  • 200ml de leite aproximadamente
  • canela em pó
  • açúcar a gosto
Modo de preparar

  • Lave bem a carimã e seque com um guardanapo de pano.
  • Peneire a carimã e coloque em uma panela de ágata junto com o leite e o açúcar.Misture bem.
  • Leve ao fogo mexendo sempre até engrossar,
  • Sirva povilhado de canela em pó.


RECEITA DE PAMONHA DE CARIMÃ



Confesso que nunca provei da pamonha de carimã! Como adoro pamonhas e carimã, achei que essa receita seria deliciosa  além de muito peculiar. Vai então,a receita que encontrei no site da internet "Comidas e Receitas"

Ingredientes

  • Folhas de Bananeira
  • 1kl de carimã
  • 2/3 de xícara de chá de coco fresco ralado
  • 500 ml de leite de coco
  • 1 xícara de chá de água
  • 1 e 1/2 xícara de cha´de açúcar
  • 2 colheres de chá de sal

Modo de Preparar

  • Passe as folhas de bananeira na chama do fogão para que fiquem flexíveis. 
  • Coloque a carimã em um saco de pano, lave em água corrente e depois esprema bem, retirando a água.
  • Adicione a carimã, o coco, o leite de coco, a água, o açúcar e o sal em um recipiente e misture bem até formar um creme.
  •  Faça um cilindro com um dos pedaços da folha de bananeira, encha com o creme e feche o pacote.
  • Repita a operação com os outros cilindros de folha de bananeira até acabar o creme.
  • Coloque os pacotes em uma panela com água fervendo e deixe cozinhar por aproximadamente 25 minutos.
  • Retire as pamonhas com uma escumadeira. Sirva frio  


RECEITA DE BOLO PRETO



O bolo preto  também conhecido como pé-de-moleque é o mais famoso dos bolos feitos com carimã. Há bem pouco tempo  seu consumo se restringia a época dos festejos juninos. Atualmente é possível encontrá-lo nas padarias e supermercados, durante o ano todo.

Ingredientes

  • 1 kg de carimã  (mandioca fresca ralada)
  • 1 copo  de leite de coco
  • 1 rapadura grande
  • 1 e 1/2 colher de sopa de margarina derretida
  • 1 colher de sopa de cravo-da-índia
  • 1 colher de sopa de erva-doce
  • castanhas de caju





Modo de Preparar

  • Derreta a rapadura no fogo com 1/2 copo de água. 
  • Em uma tigela misturar a mandioca ou carimã, a manteiga, o leite de coco. 
  • Acrescente aos poucos a rapadura derretida e por fim a erva-doce e o cravo-da-índia. 
  • Se a massa ficar mole,coloque mais um pouco da carimã até adquirir a consistência ideal.
  • Despeje em uma forma retangular média e decore com castanha de caju.
  • Leve para assar em forno médio.
  • O bolo estará pronto quando você espetá-lo com uma faca e essa sair limpa. 
  • Pincele o bolo com leite de coco assim que esse sair do forno.
Fontes:


     1 - Texto
  • História da Alimentação no Brasil - Luiz da Câmara Cascudo - Editora Global - São Paulo/2011
  • Pesquisas Google - Sites:
      
   2 - Receitas



FotosImagens Google - Sites:

 

6 comentários:

  1. Passando aqui para conhecer o teu Blog!!! Parabéns pelas postagens!!! Seguindo no Blog!!! Um abraço!!!
    http://www.luceliamuniz.blogspot.com.br/
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  2. Uma delícia seu blog! Cheguei pesquisando sobre jerimum de leite e resolvi ler tudo.
    Amo bolo de mandioca puba! Mas desconhecia esse preto. A rapadura grande seria equivalente a 500 gramas?
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  3. Olá. Comprei carimã na feira e me entregaram uma massa úmida, tipo uma pasta, e vejo que nas suas receitas, e onde mais procurei na internet, o carimá seco, parecido com a goma de tapioca. Então, estou achando que comprei errado ou me enganaram :( Enfim, alguém poderia me tirar essa dúvida? E, caso ele realmente possa ser uma "pasta", como usá-lo para fazer bolo pé de moleque? Obrigado.
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    Respostas

    1. Carimã é úmido mesmo
    2. Pode usar da forma como está na receita. Da certinho.
    3. Pode usar da forma como está na receita. Da certinho.