- Escrito por Bom Dia Brasil - g1.globo.com
Imagine
se fosse possível saber com muita antecedência se vai chover ou não no
dia da final da Copa do Mundo? Ou no dia do seu casamento, do seu
aniversário?
Em Mariana (MG), os
moradores seguem a previsão do tempo num calendário publicado no começo
do ano. Os métodos usados para fazer a previsão são um mistério. Mas tem
gente que garante que ele não erra.
Ela conta o tempo há
140 anos. Já virou até patrimônio de Mariana, no interior de Minas
Gerais. É a folhinha eclesiástica. Ou “Fuinha, fuinha de Mariana, fuinha
da igreja. São esses nomes que as pessoas dão para ela”, conta o
gerente administrativo Jair Duarte Ferreira.
É um calendário bem
diferente daqueles convencionais. Não tem só meses e dias da semana.
Entre 365 diferentes nomes de santos, inspiração para muitos pais e
mães.
“Eu nasci no dia 14 de
novembro, no dia de São Josafá. Meus pais puseram meu nome: Narcy
Josafá Lemos”, conta o assistente administrativo Marcy Josafá Lemos
Para muita gente, o
que mais chama atenção na folhinha de Mariana, não são os meses, nem os
dias da semana. É o regulamento do tempo. É possível saber se vai chover
ou fazer sol durante o ano inteiro. Isso graças a estudos feitos a
partir de um livro de 1910, um Lunário Perpétuo. Existem tabelas com
cálculos para descobrir a previsão do tempo.
Quem mora em Mariana
garante que ela não falha. Tem até um ditado popular que diz assim: é
mais fácil em galinha nascer dente do que a folhinha de Mariana errar.
“Ligam dizendo que a
folhinha acertou, a minha filha casou nesse dia, olhei na folhinha, deu
sol de verdade. Você nunca vê alguém ligando para reclamar que a
previsão falhou. Quando acontece alguma coisa as pessoas até brincam
comentando. Não foi a folhinha que errou, foi o tempo”, brinca o gerente
administrativo Jair Duarte Ferreira.
“É quase uma bola de cristal”, diz a dona de casa.
A origem de tanta
sabedoria é mesmo um mistério. O livro com as informações preciosas fica
guardado em segredo. Mas isso não importa. O que vale mesmo, é
comprovar o que está escrito na folhinha.
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