Brasão
de Juiz de Fora
Escudo
português cortado em três faixas horizontais. A parte superior,
dividida em três colunas, formando três campos; à esquerda,
em um fundo vermelho, um gibão bandeirante de ouro; ao centro,
em um fundo azul, o monumento ao Cristo Redentor, de ouro; à direita,
em um fundo vermelho, o símbolo da Justiça, de ouro. Na
parte média, em campo verde, uma diligência, puxada por
um cavalo, ambos de prata. Na parte inferior do campo em azul, um rio
de prata ondado de negro, e acima deste, uma faísca de prata.
Como suportes, dois ramos de café frutados, nas suas cores. Abaixo
do escudo, listel em vermelho com a divisa "Pro Patria et Urbe"
e as datas 1701-1850, de prata. Em cima do escudo, a coroa mural de prata,
com cinco torres, que é a cidade.
O escudo português é predominante na Heráldica
(ciência que estuda os brasões) de domínio no Brasil.
O gibão do bandeirante, vestimenta típica
dos bandeirantes paulistas, era uma espécie de casado de couro, às
vezes acolchoado de algodão, com o que ficava reforçado
como uma couraça para proteger contra flechadas. É peça
heráldica figurante em grande número de brasões
paulistas, mineiros e matogrossenses, sempre a evocar a passagem do bandeirante
como desbravador ou civilizador. A existência de Juiz de Fora está ligada
a abertura do Caminho Novo pelos bandeirantes Garcia Rodrigues Paes e
Domingos Rodrigues da Fonseca pelos motivos já referidos.
O monumento ao Cristo Redentor é antigo símbolo
da cidade e já figurava nos brasões anteriores a evocar
o sentido cristão de nossa civilização.
O símbolo da Justiça - um gládio
batalhante sobreposto a uma balança - evoca o juiz de fora, de
cujo cargo se tirou o nome da cidade.
A diligência simboliza a Cia. União e Indústria,
fundada por Mariano Procópio, empreendimento que teve profundas
conseqüências na vida de Juiz de Fora e de toda região
percorrida pela estrada por ela construída. Incentivou o comércio
com o Rio de Janeiro, ativou a produção agrária
do Município, introduziu os colonos alemães, desenvolveu
a cidade e deu-lhe prestígio. A iniciativa de Mariano Procópio
marca a primeira fase importante da História local: a agrária
e a mercantil.
O rio ondulado de negro é o Paraibuna - cujo
nome significa, segundo A. Nascentes, "rio imprestável e
escuro", ou negro: pará
+ iwa + una. Sua importância principia quando Garcia Rodrigues
Paes toma seu curso como roteiro co Caminho Novo. Ao longo de seu trajeto,
contruiram-se a estrada União e Indústria e a ferrovia
que veio a chamar-se Central do Brasil. O Paraibuna foi como que o guia
do desbravamento desta região. Depois, ao mesmo tempo que serve à
cidade como fator de saneamento, tornou-se fonte de riqueza e de progresso,
alimentando as turbinas da Cia. Mineira de Eletricidade.
A faísca sobre o rio evoca o pioneirismo de Bernardo
Mascarenhas e da Cia. Mineira de Eletricidade, que introduziram na cidade
a primeira usina hidrelétrica da América do Sul, ponto
de partida para a transformação da sociedade agrária
e comercial e sociedade fabril. A Cia. Mineira de Eletricidade inaugurou,
assim, a segunda fase da História sócio-econômica
de Juiz de Fora: a industrial.
Os suportes do escudo - ramos de
café frutados
- evocam aquela economia cafeeira, que justificou a União Indústria
e, por esta estimulada, efeiçoou a sociedade juiz-forana até o
advento da indústria.
No listel, as datas 1701 e 1850
recordam, respectivamente, o início da abertura do Caminho Novo e a criação
do Município.
A coroa mural, com 5 torres aparentes,
simboliza a categoria política de Juiz de Fora - a cidade.
As cores e sua significação
As cores têm significações heráldicas
próprias. Verde é renovação e esperança;
azul é
alegria, saber e lealdade; vermelho é grandeza, coragem e valor;
ouro (amarelo) é justiça, fé e constância;
prata (branco) é beleza, pureza e vitória.
No caso particular de Juiz de Fora,
as cores representarão
também os diversos elementos étnicos que integram a população:
verde - ouro - vermelho, portugueses; verde - branco - vermelho, italianos,
sírios e libaneses; vermelho - negro, alemães; verde e
negro, o elemento africano (20 bandeiras dos novos Estados africanos
têm o verde em sua composição); vermelho, o indígena.
Assim, sem excessos nem fantasias,
o novo brasão
conta a história de Juiz de Fora, fixando-lhe o que mais a caracterizou,
sem individualizar em demasia. Antes, procura, através de símbolos
apropriados, realçar empreendimentos em vez de focalizar pessoalmente
o empreendedor. Nada de grande é feito, na sociedade, pelo homem
só. Esta idéia orientou a feitura do brasão. A História é
obra de muitos.
SENSACIONAIS: seu artigo e o significado do Brasão de Juiz de Fora! OBRIGADA!
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