Misandria
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Misandria é o ódio, preconceito ou desprezo a pessoas do sexo masculino.
Pelo uso atual é análogo e sinônimo atual ao termo "Androfobia" (devido
à crescente discussão do termo "homofobia") e antônimo ao termo misoginia, que é o ódio, aversão ou desprezo ao sexo feminino. Também é antônimo do termo grego filandria, que é o apreço ao sexo masculino.Etimologia
A palavra misandria se origina do grego misos (= ódio) + andros (= homens) + '-ia' (denota característica ou qualidade)[1] que juntos indicam a qualidade daquele que odeia homens. Ela foi utilizada pela primeira vez em 1871 pela revista The Spectator em sua forma inglesa misandry.[2] Em 1952, a palavra misandry foi inclusa na 11ª edição do dicionário Merriam-Webster's Collegiate.Na literatura
Literatura da Grécia antiga
A professora de literatura comparada Froma Zeitlin, da Universidade de Princeton, discutiu a misandria no seu artigo intitulado "Padrões de Gênero em Arte Dramática de Ésquilo: Sete contra Tebas na Trilogia das Danaides" ("Patterns of Gender in Aeschylean Drama: Seven against Thebes and the Danaid Trilogy").[3] Ela escreveu:
O ponto mais importante de contato, no entanto, entre Etéocles e as suplicantes Danaides é, de fato, suas posições extremas em relação ao sexo oposto: a misoginia do acesso de raiva de Etéocles contra todas as mulheres de todas as variedades (Se. 181-202) tem sua contrapartida na misandria aparente das Danaides, que apesar da oposição aos seus primos egípcios em particular (o casamento com eles é incestuoso, são homens violentos), frequentemente estendem suas objeções para incluir a raça de homens como um todo e vê sua causa como uma disputa apaixonada entre os sexos (cf. Su. 29, 393, 487, 818, 951).[3]
Criticismo literário
No livro Gênero e Judaísmo: A Transformação da Tradição (Gender and Judaism: The Transformation of Tradition), Harry Brod, um professor de Filosofia e Ciências Humanas do Departamento de Filosofia e Religião da Universidade de Iowa, escreve:Julie M. Thompson, uma autora feminista, conecta a misandria com a inveja dos homens, e a aversão a suas características físicas e comportamentais, em particular a "inveja do pênis", um termo inventado por Sigmund Freud em 1908, em sua teoria do desenvolvimento sexual feminino.[5]
Na introdução ao The Great Comic Book Heroes, Jules Feiffer escreve que esta é a piada do Superman sobre todos nós. Clark é a visão do Superman sobre como todos os outros homens realmente são. Somos assustados, incompetentes, e incapazes, particularmente em torno de mulheres. Embora Feiffer tenha levado a brincadeira com bom humor, uma resposta mais cínica observaria a misantropia do Kriptoniano, sua misandria personificada em Clark e sua misoginia no desejo de que Lois se apaixonasse por Clark (tal como Oberon demonstra sua hostilidade com relação à Titania fazendo-a se apaixonar por um asno em Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare).[4]
Analogias com outras formas de intolerância

Os professores de estudos religiosos Paul Nathanson e Katherine Young fizeram comparações semelhantes em uma série de três livros de 2001 chamada Além da Queda do Homem (Beyond the Fall of Man),[7] que trata a misandria como uma forma de preconceito e discriminação que se institucionalizou na sociedade norte-americana com a ajuda do movimento feminista.
No último quarto de século, expusemos preconceitos contra outras raças e chamamos de racismo, e expusemos preconceitos contra as mulheres e chamamos de sexismo. Os preconceitos contra os homens chamamos de humor.—Warren Farrell As Mulheres Não Ouvem o Que os Homens Não Dizem (Women Can't Hear What Men Don't Say)
No livro de 2007 Enciclopédia Internacional do Homem e Masculinidades (International Encyclopedia of Men and Masculinities), Marc A. Ouellette diretamente contrasta a misandria e misoginia, argumentando que a "misandria carece da sistemática, trans-histórica, institucionalizada e legislada antipatia da misoginia".[8]
Casos notáveis de misandria
A acadêmica Alice Echols, no seu livro de 1989 Daring To Be Bad: Radical Feminism in America, 1967–1975, argumentou que a feminista radical Valerie Solanas demonstrou um nível extremo de misandria comparada a outras feministas radicais na época do seu panfleto, o SCUM Manifesto. Echols declarou,Alguns pesquisadores argumentam que o SCUM Manifesto de Solanas era uma paródia do estabelecimento patriarcal e da teoria Freudiana da feminilidade, onde a palavra mulher foi substituída por homem. O texto contém todos os clichês da teoria psicoanalítica Freudiana: o acidente biológico, o sexo incompleto e a "inveja do pênis" que se tornou "inveja da vagina".[10] [11] Solanas disse à uma repórter que o SCUM Manifesto não tinha sido escrito para ser levado a sério.[12] Ela foi posteriormente diagnosticada com esquizofrenia paranóica e depressão; muitos observadores acreditam que ela sofria dessas enfermidades na época da sua escrita.[13] [14] [15]
a misandria despudorada de Solanas — especialmente sua crença na inferioridade biológica do homem — seu apoio a relacionamentos entre "mulheres independentes", e sua rejeição do sexo como "o refúgio do irracional" se opôs ao tipo de feminismo radical que prevaleceu na maioria dos grupos femininos pelo país.[9]
Nathanson e Young argumentaram que o "feminismo ideológico" impôs a misandria na cultura.[16] Seu livro de 2001, Espalhando a Misandria (Spreading Misandry), analisou os “populares artefatos culturais e produções da década de 1990" de filmes a cartões de saudações que eles consideram conter mensagens de ódio difundidas com relação aos homens. Legalizando a Misandria (Legalizing Misandry, 2005) o segundo livro da série, dá atenção semelhante às leis na América do Norte.
Em 2002, a comentarista Charlotte Hays escreveu "que a filosofia anti-homem do feminismo radical se infiltrou na cultura em massa é algo incontestável; de fato, esta atitude se tornou tão difundida que dificilmente a notamos mais".[17] . O feminismo radical é também chamado de "feminazismo", termo este que relaciona o ódio e o preconceito praticado pelas feministas contra os homens com a intolerância nazista com pessoas consideradas geneticamente inferiores (não arianos), uma vez que a misandria é um preconceito contra características genéticas especificas, no caso, as que definem o sexo masculino em sua essência.
Wendy McElroy

"Androfobia" e discriminações contra homens
Popularmente e no senso comum, veio crescendo o uso do termo "Androfobia" para enfocar e definir todos os tipos de preconceito, medo, discriminação, ódio e generalização aos homens, em analogia e acompanhamento ao uso do termo "homofobia", que foi usado para se referir ao preconceito, medo, discriminação, ódio e generalização aos homossexuais. E como parte dos homossexuais também são e não deixam de ser homens, a "homofobia" contra homens também é considerado uma forma de "androfobia" ou "misandria", já que aos homens sempre foi proibida a homossexualidade. Portanto para os movimentos que defendem o termo, toda homofobia contra homens é também androfobia, assim como toda exigência para que os homens sejam patriarcais como no passado.O uso do termo também cresceu a partir da confluência de movimentos masculinos contra a "alienação parental" e movimentos por "direitos dos homens" de tendência não masculinista - mas, ao contrario, feminista, de reconhecimento dos direitos de mulheres e igualdade e que ainda não criaram instituições oficiais. Um dos movimentos que usam e defendem o termo "Androfobia" para se referir ao preconceito contra os homens é o grupo ABRACODHPAI ou "Associação Brasileira Contra a Androfobia e pela Igualdade de Direitos aos Homens Pais" que foi criado nas redes Orkut e Facebook no início dos anos 2000, principalmente contra a Alienação Parental que afeta 90% dos homens pais separados e contra o uso de falsas acusações de assédio e abuso sexual para criminalizar e impedir o acesso de homens aos seus filhos, e mantê-los presos. Além disso, tal associação começou a questionar e lutar também contra a criminalização e prisão arbitrária de homens incapazes de dar pensão alimentícia por vários motivos e que não são levados em consideração pela justiça na maioria dos casos e também à discriminação contra a "Guarda" de filhos serem dadas apenas às mães em mais de 90% dos casos. Ai começaram também a ser discutidos todos os casos em que se os homens passaram a não ter direitos ( como programas governamentais de moradia, programas assistenciais como bolsa família, protetores e licenças de paternidade, e de saúde dos homens - com diversos projetos parados em discussão no Congresso Nacional - como a proibição de homens (sobretudo homossexuais) de adotarem filhos, além de outras discriminações como homens serem babás, trabalharem em creches, empregados domésticos, etc.Tais movimentos cresceram e conseguiram o apoio de várias mulheres inclusive e, em alguns casos, houve mudança , como a obrigatoriedade da Guarda Compartilhada dos filhos ser adotada em todos os casos de separação, que foi aprovada em 2014.
Outro exemplo de discriminação contra homens ocorreu com a controvérsia da política de discriminação sexual de companhias aéreas. A British Airways, Qantas, e Air New Zealand todas possuíam políticas proibindo homens de se sentarem próximos a crianças desacompanhadas em voos comerciais. Esta regra, que se referia ao gênero como a mais importante qualidade de um grupo de pessoas, foi considerada discriminatória. Não há registros de qualquer caso documentado de abuso de uma criança durante um voo.[
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