Defesa Civil instala barracas térmicas para moradores de rua em SC
Aline Torres
Colaboração para o UOL, em Florianópolis
Colaboração para o UOL, em Florianópolis
- Nelson Robledo/Prefeitura de ItajaíCom frio intenso, algumas cidades de Santa Catarina, como Itajaí, decidiram montar barracas para abrigar moradores de rua durante a noite
Tem quem goste e faça turismo. E tem quem sofra e morra nas calçadas. Pensando na situação das pessoas que estão na rua, a Defesa Civil instalou barracas térmicas em quatro cidades catarinenses e há outras que pretendem aderir ao projeto. As barracas armazenam calor, são amplas, comportam até 20 pessoas, estão equipadas com colchões, travesseiros e cobertores.
Na semana passada foram instaladas barracas nas cidades litorâneas, Itapema e Biguaçu e em Lages, na serra catarinense. Na terça-feira (21), foi a vez de Itajaí, também no litoral.
Os pedidos à Defesa Civil Estadual partem das coordenadorias municipais. No caso de Itajaí, a Defesa Civil pediu auxílio após apelo do diácono Juarez Carlos Langer, 44. Na sua paróquia, a São Vicente de Paulo, havia aproximadamente 20 pessoas dormindo embaixo das marquises.
"Acredito que muitas pessoas não sobreviverão a este inverno se permanecerem na rua", disse o diácono.
Não fazia um frio tão rigoroso em Santa Catarina - com sequência de temperaturas negativas, geadas e neve ainda no outono - há seis décadas, explicou o engenheiro agrônomo do Climaterra Ronaldo Coutinho.
"E acredito que o frio irá piorar", disse Everlei Pereira, coordenador da Defesa Civil de Itajaí, que solicitou as duas barracas, montadas no pátio da paróquia.
Para deixar as barracas mais quentes foram colocados paletts no chão, cobertos com papelões grossos e lonas. Assim se evitará a umidade das calçadas em dias chuvosos.
Os portões da igreja abrem às 19h para os moradores de rua. Nesse horário é servido o jantar. Às 7h é servido o café da manhã. E os abrigados seguem seu rumo - ou a falta dele - pela cidade.
Há apenas duas regras que devem ser seguidas. A primeira é tomar banhos todos os dias. O banheiro da paróquia fica aberto. Há chuveiro quente e toalhas.
E a segunda, sentar à mesa durante as refeições. "Não queremos que eles comam no chão. Queremos resgatar a dignidade deles. Sentamos juntos à mesa e fazemos nossa refeição", disse o diácono.
Na noite passada foi servida sopa de legumes, nesta manhã, leite, café, pão e frutas. Os alimentos são doados e preparados, principalmente, por fiéis. Mas, há pessoas sem vínculos religiosos que se interessaram em ajudar. "A obra é grande demais para dispensarmos ajuda", disse o diácono.
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