terça-feira, 12 de junho de 2018

Grande escritor português!


Camilo Castelo Branco

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Camilo Castelo Branco
Camilo Carlos Castelo Branco, em fotografia de 1882.
Nome completoCamilo Ferreira Botelho Castelo Branco
Nascimento16 de março de 1825 [1]
MártiresLisboa,
Reino de Portugal Portugal
Morte1 de junho de 1890 (65 anos)
São Miguel de SeideFamalicão,
Reino de Portugal Portugal
Nacionalidadeportuguesa
CônjugeAna Plácido (1888, 2 filhos)
OcupaçãoEscritor e romancista
Influências
Influenciados
Magnum opusAmor de Perdição
Camilo Castelo Branco (MártiresLisboa, 16 de Março de 1825 — Vila Nova de FamalicãoSão Miguel de Seide, 1 de Junho de 1890) foi um escritor português, romancistacronistacríticodramaturgohistoriadorpoeta e tradutor. Foi ainda o 1.º Visconde de Correia Botelhotítuloconcedido pelo rei D. Luís. Foi um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Há quem diga que, em 1846, foi iniciado na Maçonaria do Norte,[2] o que é muito estranho ou algo contraditório, pois há indicações de que, pela mesma altura, na Revolta da Maria da Fonte, lutava a favor dos Miguelistas como "ajudante às ordens do general escocês Reinaldo MacDonell"[3],[4] que criaram a Ordem de São Miguel da Ala precisamente para combater a Maçonaria. Do mesmo modo, muita da sua literatura demonstra defender os ideais legitimistas e conservadores ou tradicionais, desaprovando os que lhe são contrários.
Teve uma vida atribulada, que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas novelas. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente dos seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para o público, sujeitando-se assim aos ditames da moda, conseguiu manter uma escrita muito original.
Dentro da sua vasta obra, também se encontra colaboração da sua autoria em diversas publicações periódicas como O Panorama[5], a Revista Universal Lisbonense[6]A illustração luso-brasileira[7] (1856-1859), Revista Contemporânea de Portugal e Brasil [8] (1859-1865), Archivo pittoresco (1857-1868), A Esperança [9] (1865-1866), Gazeta Literária do Porto [10] (1868) (também chamada de Gazeta de Camilo Castelo Brancodevido à sua extensa colaboração como redator), a revista literária República das Letras [11] (1875), Ribaltas e Gambiarras [12] (1881), A illustração portugueza[13] (1884-1890), e a título póstumo nas publicações periódicas A semana de Lisboa[14] (1893-1895), Serões[15] (1901-1911), Azulejos [16] (1907-1909) e Feira da Ladra[17] (1929-1943).

Vida[editar | editar código-fonte]

Camilo Castelo Branco nasceu em Lisboa, numa casa da Rua da Rosa (actualmente com os nºs 5 a 13),[1] a 16 de Março de 1825. Oriundo de uma família da aristocracia de província com distante ascendência cristã-nova, era filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco, nascido na casa dos Correia Botelho em São DinisVila Real, a 17 de Agosto de 1778 e que teve uma vida errante entre Vila RealViseu e Lisboa, onde faleceu a 22 de Dezembro de 1835, tomado de amores por Jacinta Rosa do Espírito Santo Ferreira (SesimbraSantiago, 27 de Janeiro de 1799 - 6 de Fevereiro de 1827), com quem não se casou mas de quem teve os seus dois filhos.
Camilo foi assim perfilhado por seu pai em 1829, como «filho de mãe incógnita». Ficou órfão de mãe quando tinha um ano de idade e de pai aos dez anos, o que lhe criou um carácter de eterna insatisfação com a vida. Foi recolhido por uma tia de Vila Real e, depois, por uma irmã mais velha, Carolina Rita Botelho Castelo Branco, nascida em Socorro, Lisboa, a 24 de março de 1821, em Vilarinho de Samardã, em 1839, recebendo uma educação irregular através de dois Padres de província.
Camilo Castelo Branco (1850)
Na adolescência, formou-se lendo os clássicos portugueses e latinos e literatura eclesiástica e contactando a vida ao ar livre transmontana.
Com apenas 16 anos (18 de Agosto de 1841), casa-se em Ribeira de PenaSalvador, com Joaquina Pereira de França (GondomarSão Cosme, 23 de Novembro de 1826 - Ribeira de PenaFriúme, 25 de Setembro de 1847), filha de lavradores, Sebastião Martins dos Santos, de Gondomar, São Cosme, e Maria Pereira de França, e instala-se em Friúme. O casamento precoce parece ter resultado de uma mera paixão juvenil e não resistiu muito tempo. No ano seguinte, prepara-se para ingressar na universidade, indo estudar com o Padre Manuel da Lixa, em Granja Velha.
O seu carácter instável, irrequieto e irreverente leva-o a amores tumultuosos (Patrícia Emília do Carmo de Barros (Vila Real, 1826 - 15 de Fevereiro de 1885), filha de Luís Moreira da Fonseca e de sua mulher Maria José Rodrigues, e a Freira Isabel Cândida).
Ainda a viver com Patrícia Emília do Carmo de Barros, Camilo publicou n'O Nacional correspondências contra José Cabral Teixeira de Morais, Governador Civil de Vila Real, com quem colaborava como amanuense.
Esse posto, segundo alguns biógrafos, surge a convite após a sua participação na Revolta da Maria da Fonte, em 1846, em que terá combatido ao lado da guerrilha Miguelista.[4]
Devido a esta desavença, é espancado pelo «Olhos-de-Boi», capanga do Governador Civil.
As suas irreverentes correspondências jornalísticas valeram-lhe, em 1848, nova agressão a cargo de Caçadores 3.
Camilo abandona Patrícia nesse mesmo ano, fugindo para casa da irmã, residente agora em Covas do Douro.
Tenta então, no Porto, o curso de Medicina, que não conclui, optando depois por Direito. A partir de 1848, faz uma vida de boémia repleta de paixões, repartindo o seu tempo entre os cafés e os salões burgueses e dedicando-se entretanto ao jornalismo. Em 1850, toma parte na polémica entre Alexandre Herculano e o clero, publicando o opúsculo O Clero e o Sr. Alexandre Herculano, defesa que desagradou a Herculano.[18]
Apaixona-se por Ana Augusta Vieira Plácido e, quando esta se casa, em 1850, tem uma crise de misticismo, chegando a frequentar o seminário, que abandona em 1852.
Ana Plácido tornara-se mulher do negociante Manuel Pinheiro Alves, um brasileiro que o inspira como personagem em algumas das suas novelas, muitas vezes com caráter depreciativo. Camilo seduz e rapta Ana Plácido. Depois de algum tempo a monte, são capturados e julgados pelas autoridades. Naquela época, o caso emocionou a opinião pública, pelo seu conteúdo tipicamente romântico de amor contrariado, à revelia das convenções e imposições sociais. Foram ambos enviados para a Cadeia da Relação, no Porto, onde Camilo conheceu e fez amizade com o famoso salteador Zé do Telhado. Com base nesta experiência, escreveu Memórias do Cárcere. Depois de absolvidos do crime de adultério pelo Juiz José Maria de Almeida Teixeira de Queirós (pai de José Maria de Eça de Queirós), Camilo e Ana Plácido passaram a viver juntos, contando ele 38 anos de idade.
Entretanto, Ana Plácido tem um filho, supostamente gerado pelo seu antigo marido, que foi seguido por mais dois de Camilo. Com uma família tão numerosa para sustentar, Camilo começa a escrever a um ritmo alucinante.
Quando o ex-marido de Ana Plácido falece, a 15 de Julho de 1863, o casal vai viver para uma casa, em São Miguel de Seide, que o filho do comerciante recebera por herança do pai.
Em Fevereiro de 1869, recebeu do governo da Espanha a comenda de Carlos III.[1]
Em 1870, devido a problemas de saúde, Camilo vai viver para Vila do Conde, onde se mantém até 1871. Foi aí que escreveu a peça de teatro «O Condenado» (representada no Porto em 1871), bem como inúmeros poemas, crónicas, artigos de opinião e traduções.
Outras obras de Camilo estão associadas a Vila do Conde. Na obra «A Filha do Arcediago», relata a passagem de uma noite do arcediago, com um exército, numa estalagem conhecida por Estalagem das Pulgas, outrora pertencente ao Mosteiro de São Simão da Junqueira e situada no lugar de Casal de Pedro, freguesia da Junqueira (Vila do Conde). Camilo dedicou ainda o romance «A Enjeitada» a um ilustre vilacondense seu conhecido, o Dr. Manuel Costa.
Entre 1873 e 1890, Camilo deslocou-se regularmente à vizinha Póvoa de Varzim, perdendo-se no jogo e escrevendo parte da sua obra no antigo Hotel Luso-Brazileiro, junto do Largo do Café Chinês. Reunia-se com personalidades de notoriedade intelectual e social, como o pai de Eça de QueirósJosé Maria de Almeida Teixeira de Queirós, magistrado e Par do Reino, o poeta e dramaturgo poveiro Francisco Gomes de AmorimAlmeida GarrettAlexandre HerculanoAntónio Feliciano de Castilho, entre outros. Sempre que vinha à Póvoa, convivia regularmente com o Visconde de Azevedo no Solar dos Carneiros.
Francisco Peixoto de Bourbon conta que Camilo, na Póvoa, «tendo andado metido com uma bailarina espanhola, cheia de salero, e tendo gasto, com a manutenção da diva, mais do que permitiam as suas posses, acabou por recorrer ao jogo na esperança de multiplicar o anémico pecúlio e acabou, como é de regra, por tudo perder e haver contraído uma dívida de jogo, que então se chamava uma dívida de honra».
A 17 de setembro de 1877, Camilo viu morrer na Póvoa de Varzim, aos 19 anos, o seu filho predilecto, Manuel Plácido Pinheiro Alves, do segundo casamento com Ana Plácido, que foi sepultado no cemitério do Largo das Dores.
Camilo era conhecido pelo mau feitio. Na Póvoa mostrou outro lado. Conta António Cabral, nas páginas d'«O Primeiro de Janeiro» de 3 de Junho de 1890: «No mesmo hotel em que estava Camilo, achava-se um medíocre pintor espanhol, que perdera no jogo da roleta o dinheiro que levava. Havia três semanas que o pintor não pagava a conta do hotel, e a dona, uma tal Ernestina, ex-actriz, pouco satisfeita com o procedimento do hóspede, escolheu um dia a hora do jantar para o despedir, explicando ali, sem nenhum género de reservas, o motivo que a obrigava a proceder assim. Camilo ouviu o mandado de despejo, brutalmente dirigido ao pintor. Quando a inflexível hospedeira acabou de falar, levantou-se, no meio dos outros hóspedes, e disse: - A D. Ernestina é injusta. Eu trouxe do Porto cem mil reis que me mandaram entregar a esse senhor e ainda não o tinha feito por esquecimento. Desempenho-me agora da minha missão. E, puxando por cem mil reis em notas entregou-as ao pintor. O Espanhol, surpreendido com aquela intervenção que estava longe de esperar, não achou uma palavra para responder. Duas lágrimas, porém, lhe deslizaram silenciosas pelas faces, como única demonstração de reconhecimento.»
Em 1885 é-lhe concedido o título de 1.º Visconde de Correia Botelho. A 9 de março de 1888, casa-se finalmente com Ana Plácido.
Camilo passa os últimos anos da vida ao lado dela, não encontrando a estabilidade emocional por que ansiava. As dificuldades financeiras, a doença e os filhos incapazes (considera Nuno um desatinado e Jorge um louco) dão-lhe enormes preocupações.

Sífilis, cegueira e suicídio[editar | editar código-fonte]

Desde 1865 que Camilo começara a sofrer de graves problemas visuais (diplopia e cegueira nocturna). Era um dos sintomas da temida neurosífilis, o estado terciário da sífilis ("venéreo inveterado", como escreveu em 1866 a José Barbosa e Silva), que além de outros problemas neurológicos lhe provocava uma cegueira, aflitivamente progressiva e crescente, que lhe ia atrofiando o nervo óptico, impedindo-o de ler e de trabalhar capazmente, mergulhando-o cada vez mais nas trevas e num desespero suicidário.[19] Ao longo dos anos, Camilo consultou os melhores especialistas em busca de uma cura, mas em vão. A 21 de Maio de 1890, dita esta carta ao então famoso oftalmologista aveirense, Dr. Edmundo de Magalhães Machado:
Illmo. e Exmo. Sr.,
Sou o cadáver representante de um nome que teve alguma reputação gloriosa n’este país durante 40 anos de trabalho. Chamo-me Camilo Castelo Branco e estou cego. Ainda há quinze dias podia ver cingir-se a um dedo das minhas mãos uma flâmula escarlate. Depois, sobreveio uma forte oftalmia que me alastrou as córneas de tarjas sanguíneas. Há poucas horas ouvi ler no Comércio do Porto o nome de V. Exa. Senti na alma uma extraordinária vibração de esperança. Poderá V. Exa. salvar-me? Se eu pudesse, se uma quase paralisia me não tivesse acorrentado a uma cadeira, iria procurá-lo. Não posso. Mas poderá V. Exa. dizer-me o que devo esperar d’esta irrupção sanguínea n’uns olhos em que não havia até há pouco uma gota de sangue? Digne-se V. Exa. perdoar à infelicidade estas perguntas feitas tão sem cerimónia por um homem que não conhece.
Camilo Castelo Branco
1 de Junho desse ano, o Dr. Magalhães Machado visita o escritor em Seide. Depois de lhe examinar os olhos condenados, o médico com alguma diplomacia, recomenda-lhe o descanso numas termas e depois, mais tarde, talvez se poderia falar num eventual tratamento. Quando Ana Plácido acompanhava o médico até à porta, eram três horas e um quarto da tarde, sentado na sua cadeira de balanço, desenganado e completamente desalentado, Camilo Castelo Branco disparou um tiro de revólver na têmpora direita. Mesmo assim, sobreviveu em coma agonizante até às cinco da tarde. A 3 de Junho, às seis da tarde, o seu cadáver chegava de comboio ao Porto e no dia seguinte, conforme o seu pedido, foi sepultado perpetuamente no jazigo de um amigo, João António de Freitas Fortuna, no cemitério da Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa.[20]
Contemporâneo de Camilo Castelo Branco e íntimo amigo deste autor, o prolífero escritor português Alberto Pimentel foi o primeiro dos biógrafos de Camilo, sendo a partir de então - especialmente pela obra Romance do Romancista (1890) - lembrado como uma das principais referências que diz respeito aos estudos camilianos[21].

Descendência[editar | editar código-fonte]

Filhos do primeiro casamento:
  • Rosa Pereira de França Botelho Castelo Branco (Ribeira de Pena, Friume, 25 de Agosto de 1843 - 10 de Março de 1848).
Filhos do segundo casamento:
Filha natural de Camilo Castelo Branco e de Patrícia Emília do Carmo de Barros:

Pseudónimos[editar | editar código-fonte]

Durante quase 40 anos, entre 1851 e 1890, escreveu mais de duzentas e sessenta obras, com a média superior a 6 por ano. Prolífico e fecundo escritor, deixou obras de referência na literatura portuguesa.
Apesar de toda essa fecundidade, Camilo Castelo Branco não permitiu que a intensa produção prejudicasse a sua beleza idiomática ou mesmo a dimensão do seu vernáculo, transformando-o numa das maiores expressões artísticas e a sua figura num mestre da língua portuguesa. Além dos vários romances, deixou um legado enorme de textos inéditos, comédias, folhetins, poesiasensaiosprefácios, traduções e cartas – tudo com assinatura própria ou os menos conhecidos pseudónimos, tais como:
  • Manoel Coco
  • Saragoçano
  • A.E.I.O.U.Y
  • Árqui-Zero
  • Anastácio das Lombrigas[22]

Estilo literário[editar | editar código-fonte]

Sua obra é predominantemente romântica.[23] Parece incontestável. No entanto, não o é totalmente.
Camilo gostaria de se situar acima das escolas literárias. Mas os modelos clássicos vão ter sempre peso na sua produção literária, embora também se deixe impressionar pela literatura misteriosa e macabra de Ann Radcliffe. Foi imensamente influenciado por Almeida Garrett. Contudo, a fidelidade à linguagem e aos costumes populares, ao cheiro do torrão (como aponta Jacinto do Prado Coelho), vai permanecer como uma das suas maiores qualidades. A crítica tem apontado que, se por um lado Camilo, nos enredos das suas novelas, com as suas peripécias mais ou menos rocambolescas, está claramente numa filiação romântica, por outro lado, nas explicações psicológicas, na maneira como analisa os sentimentos e ações das personagens, pelas justificações e explicações dos acontecimentos, pela crítica a determinado tipo de educação, não pode ser considerado simplesmente como romântico.
Jacinto do Prado Coelho considera-o «ideologicamente flutuante […] Camilo mantém-se um narrador de histórias românticas ou romanescas com lances empolgantes e situações humanas comoventes» e também diz que «o romantismo de Camilo é um romantismo em boa parte dominado, contido, classicizado» e que há ao «lado do seu alto idealismo romântico a viril contenção da prosa, um bom-senso ligado às tradições e a certo cânones clássicos, um realismo sui generis, de vocação pessoal que parece na razão direta da autenticidade do seu romantismo».
Eça de Queiroz publica a primeira versão de O Crime do Padre Amaro, já depois da sua exposição nas Conferências do Casino acerca do realismo como nova expressão da arte. Isso faz com que Camilo, de certa maneira sentindo-se a perder terreno para o único prosador que podia ser seu rival, enverede em duas novelas, Eusébio Macário e A Brasileira de Prazins, para tentar ser mais realista. E o que é mais extremado do que o realismo? O naturalismo. O resultado é de um certo efeito cómico, porque Camilo, com a sua particular maneira de escrever, não se contém e acaba por fazer uma paródia do naturalismo.
No prefácio de Eusébio Macário, Camilo afirma que não tentou ridicularizar a escola realista e alega: «[…] tenho sido realista sem o saber. Nada me impede de continuar». E ainda: «Eu não conhecia Zola; foi uma pessoa da minha família que me fez compreender a escola com duas palavras: "É a tua velha escola com uma adjetivação de casta estrangeira, e uma profusão de ciência (…) Além disso tens de pôr a fisiologia onde os românticos punham a sentimentalidade: derivar a moral das bossas, e subordinar à fatalidade o que, pelos velhos processos, se imputava à educação e à responsabilidade" compreendi e achei eu, há vinte e cinco anos, já assim pensava, quando Balzac tinha em mim o mais inábil dos discípulos.»
Portanto: Camilo tenta apanhar o comboio da nova escola realista e fá-lo de uma maneira que não é isenta de chacota.

Temas recorrentes em Camilo[editar | editar código-fonte]

  • a bastardia
  • a orfandade
  • os direitos do coração por oposição às convenções sociais
  • as relações familiares
  • o sentido metafísico de raiz cristã
  • anticlericalismo

Principais obras[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]