Homem oficializa união com duas mulheres em cartório no Brasil
O heterossexual Klinger de Souza, de 31 anos, e as bissexuais Paula Gracielly, 31, e Angélica Tedesco, 24, vivem um incomum relacionamento a três e nesta segunda-feira (23) conseguiram registrar a união poliafetiva em cartório, em Jundiaí (SP), onde moram.
Esta seria a terceira vez que um casamento a três é registrado em cartório no Brasil, nos moldes da União Estável. Mais para frente, eles querem também oficializar o casamento formal, assim como já fazem culturalmente os demais casais formados apenas por um homem e uma mulher e estão reivindicando os casais homossexuais. “Elas de noiva e eu de smoking, com festa e tudo mais”, planeja Klinger.
Os três são mato-grossenses, mas vivem em Jundiaí, onde garantem que levam vida normal, trabalham, passeiam e também pensam em ter um filho, gerado na barriga de "Paulinha", dentro de cerca de 2 anos.Além do filho, outro projeto do "trisal" é escrever um livro mais amplo sobre esta forma de se relacionar que ainda assusta, mas que eles garantem ser possível, natural, ética, verdadeira, honesta e amorosa. Trata-se do poliamor.
O reconhecimento em cartório deste romance atípico é importante, segundo eles, não somente em relação à divisão de patrimônio, mas também para que não sejam excluídos dos direitos civis, como outros cidadãos quaisquer. Além disso, eles já pensam também no registro do filho, que querem que seja feito em nome dos três: um pai e duas mães.
Para fazer o registro da união em cartório, Klinger explicou que declarou em texto escrito de próprio punho, com dados de pessoa física dos três, que vive junto com Paula e Angélica. Os três assinaram o documento, que precisou ser validado por duas testemunhas. Após as assinaturas, tudo acontece com o tempo de reconhecimento de firma que gira em torno de 30 minutos em qualquer cartório.
Se algum dos três resolver sair do relacionamento, terá o direito a 33% do patrimônio. Para Klinger, o mundo mudou e muita gente ainda fica assustada com essa forma de se relacionar. Mas a diversidade dos tipos de família é fato irreversível.
OBSERVAÇÃO CULTURAL: O casamento monogâmico é uma construção cultural com base em ensinamentos bíblicos. Várias passagens bíblicas tentam criar no homem o ideal de celibato. Em 1 Coríntios 7 Paulo diz que é para os cristãos manterem o celibato, mas caso não consigam que casem apenas com uma mulher. Então a monogamia foi criada por São Paulo, já que os judeus eram polígamos na época. Aliás vários povos do passado foram polígamos e muitos outros ainda são.
No caso dos africanos a poligamia é algo natural de forma que as religiões de matriz africana a aceita nas suas duas formas: a poliginia (um homem, várias mulheres) e a poliandria (uma mulher, vários homens).
Entre os hereros da Tanzânia ainda existe uma modalidade de poligamia bem interessante: os homens se casam com várias mulheres e juntos formam o núcleo familiar. Entrementes essas mulheres podem ter namorados, contudo, caso tenha filhos com eles estes pertencerão ao marido "oficial".
Monogamia é apenas um dos aspectos da cultura ocidental. Um paradigma que pode facilmente ser quebrado.
FONTE: http://www.meionorte.com/entretenimento/curiosidade/homem-oficializa-uniao-com-duas-mulheres-em-cartorio-no-brasil-283291
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