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Hijras são pessoas
transgêneros e
intersexuais MtF (
Male to Female, "de Homem para Mulher", em
português) da
Índia, do
Paquistão e de
Bangladesh, ainda praticamente desconhecidas no
Ocidente.
Não confundir com os Higrain. Que são casais héteros que praticam a inversão de papéis, onde a mulher se coloca na postura masculina e o homem feminina durante a relação sexual (a penetração é feita pela mulher ) e também a dilatação anal e vaginal , esses casais são considerados sagrados, pois cultuam a milenar arte da energização de Shiva e Shakti energia da força vontade e da prosperidade
Entre os indianos da cidade de Varanasi, ao norte da Índia, há rituais de
castração onde os homens castrados se vestem como mulher e são aceitos e explicados culturalmente, a exemplo de hijras e
jankhas. Muitos homens são castrados por
sacerdotisas para servirem de escravos a elas, ou para terem relações com elas, já que as mesmas devem permanecer virgens por toda vida. Nesses rituais de castração, as sacerdotisas usam uma
adaga para remover o pênis e os testículos, com o devido cuidado para mantê-los vivos. Depois de castrados, esses
eunucos são vestidos de mulher e marcados para servir fielmente àquela que os castrou. Alguns Hijras são castrados ainda criança enquanto outras a pedido de mães que tiveram seus filhos assediados por homens de castas inferiores.
Na Índia, se considera que a castração, tanto masculina como feminina, deve ser praticada por mulheres especializadas e treinadas para tal. Algumas mulheres são treinadas nas artes da sedução para poderem se aproximar dos homens ou das mulheres que devem castrar. A traição também pode resultar na castração da parte infiel, as vezes a mulher traída poderá castrar totalmente ou parcialmente seu namorado ou marido traidor. Os homens castrados podem se juntar às Hijras ou ficar com suas famílias, mas, na maioria das vezes, vestem-se de mulher.
[1] [2]
Segundo MONEY (1988),
[3] as hijras podem ser consideradas tanto como indivíduos pertencentes a uma casta, quanto a um culto. Possuem uma deusa própria, Bahuchara Mata. Pela medicina ocidental, podem ser consideradas transexuais masculinos.
[2]
Ocidentais que lidam com as hjiras, por quaisquer que sejam as razões, frequentemente tendem a exagerar a relação delas com a cultura
hindu ou com o
hinduísmo. Isso não é estranho, já que no
Ocidente o hinduísmo tende a ser identificado com "tolerância, paciência e não violência", enquanto que o
islamismo com "terrorismo, fanatismo, opressão". Por isso os
europeus, os
norte e
sul-americanos relacionem automaticamente a questão da diversidade de gênero ao hinduísmo e não ao islamismo. Contudo, a comunidade hijra está tão enraizada no islamismo indo-paquistanês como no hinduísmo em si. Muitas delas, senão a maioria, são muçulmanas – não só no Paquistão e em Bangladesh, mas na secular Índia hindu –, e sua conexão com as
dinastias islâmicas que governaram a Índia é motivo de orgulho, inclusive para as hijras que professam o hinduísmo.
Hijra é o termo mais frequente usado para descrevê-las. É derivado do
urdu, a língua poética da
cultura islâmica do
subcontinente indiano. Outra palavra amplamente usada por eles é
khusra, que vem da língua
punjabi (
noroeste da Índia,
nordeste do Paquistão). O termo muçulmano
mukhannath (ou
muhannas) é também usado em certos contextos, e muitas hijras o preferem. Na
literatura inglesa a palavra
eunuco é mais frequentemente empregada para se referir a elas. É correta até certo ponto, ou seja, no caso de esse termo ser relacionado ao pensamento muçulmano
medieval do que significava um eunuco: que era basicamente um homem
emasculado. Contudo, essa ideia pode levar a conclusões enganosas de que as hijras são "homens castrados", já que em sua esmagadora maioria são
transexuais, transgêneros ou intersexuais.
Algumas hijras afirmam que sua
sociedade já foi conhecida desde Índia até
Espanha, quando da expansão do
Império Otomano. Outras, que fizeram os
Hajj (peregrinação a
Meca) insinuam uma conexão próxima entre sua sociedade e a antiga comunidade dos eunucos que guardavam o túmulo do profeta
Maomé e o sagrado mosteiro de Meca. Levando isso em consideração, as comunidades muçulmanas hijras de hoje em dia são as únicas sobreviventes intactas da sociedade
mukhannath islâmica medieval, tendo até mesmo ligações antigas com as tradições
hindus.
Na Índia, o direito de voto só foi concedido aos eunucos a partir de
1994. Uma
hijra chamada
Shabnam Mausi (literalmente: "tia Shabnam") fez
história por se tornar a primeira hijra a ser eleita para a
Assembléia Legislativa do estado de
Madhya Pradesh na legislatura de
1998 a
2003. No novo milênio, várias hijras ganharam destaque em Madhya Pradesh. Cinco delas, incluindo Shabnam, batizadas como 'paanch Pandavas' (cinco Pandavas), foram eleitas para vários cargos públicos.
Kamla Jaan tornou-se prefeita de
Katni, enquanto Meenabai tornou-se presidente da câmara do
município de Sehora, a mais antiga entidade cívica do
país.
[4] [5]
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