Para conter visitação, governo estuda cobrar entrada na Ilha Grande a partir de 2016
Objetivo é proteger áreas que recebem mais gente do que suportam. ONG recebe R$ 2 milhões para planejar concessão
RIO — Visitar uma das 113 praias da Ilha Grande, na Costa Verde fluminense, pode ficar mais caro ainda no primeiro semestre do ano que vem. O secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, afirmou, na quarta-feira, que o governo estuda implementar um modelo de PPP (parceria público-privada) na joia ambiental do Rio, nos moldes do que ocorre no arquipélago de Fernando de Noronha. O objetivo, explicou, é garantir um turismo sustentável e menos invasivo. Estudos apontam que praias como Araçatiba, Provetá e Japariz estão recebendo mais gente do que podem suportar.
A ONG Instituto Semeia recebeu R$ 2 milhões do Fundo Mata Atlântica do Rio, composto por dinheiro de compensações ambientais de empresas, para desenvolver o projeto. No ano passado, o instituto coordenou um modelo de concessão do circuito ecológico Rota Lund, em Minas Gerais.
— O poder público não tem braço para controlar a Ilha Grande. E temos problemas de superlotação em alguns locais. O modelo ainda está sendo estudado, mas a ideia é que no primeiro semestre do ano que vem esteja definido. Pode ser uma concessão plena ou patrocinada. A Ilha Grande vai ter muita atratividade — disse o secretário.
A Ilha Grande abrange três unidades de conservação estaduais — uma Área de Proteção Ambiental (APA) Tamoios, o Parque Estadual da Ilha Grande e a Reserva Biológica da Praia do Sul. Além da taxa de controle ambiental, o projeto prevê a instalação de roletas nos pontos de embarque de Angra dos Reis, Mangaratiba e Conceição de Jacareí e no desembarque na Vila do Abraão.
Somente no ano passado, a Ilha Grande recebeu 450 mil visitantes. A maior concentração populacional fica na Vila do Abraão. Com cerca de 4 mil moradores fixos, o local, porta de entrada do santuário, recebe nos feriados até 5 mil visitantes. A Secretaria estadual do Ambiente lançou, na quarta-feira, duas ferramentas que permitem o acompanhamento em tempo real das ações de reflorestamento no Estado do Rio: o Portal de Restauração Florestal e o Banco Público de Áreas para Restauração (Banpar). O site www.restauracaoflorestalrj.org mostra um mapa detalhado de todas as áreas que estão recebendo mudas da Mata Atlântica. É possível ter acesso às áreas de plantio e dos detalhes das ações já feitas.
A ferramenta, que conta com o patrocínio da Petrobras e da Sociedade Ecoatlântica, permite o contato direto de produtores rurais que querem cadastrar terras disponíveis para restauração e empreendedores que demandam oferta de áreas para cumprir suas obrigações ambientais de replantio. Já foram cadastradas áreas que somam 2 mil hectares. A expectativa do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) é que mais 8 mil hectares entrem no portal.
— É um cadastro voluntário e gratuito. Não divulgamos a identidade dos empreendedores e dos proprietários — explicou André Corrêa.
Em maio, O GLOBO mostrou que o Rio ainda tem 30% de sua área composta por remanescentes da Mata Atlântica. Cerca de 40% do território fluminense estão dentro de unidades de conservação.
FONTE: http://oglobo.globo.com/rio/para-conter-visitacao-governo-estuda-cobrar-entrada-na-ilha-grande-partir-de-2016-16633823?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo
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